BIBLIOGRAFIA

LIVRO: OPERAÇÃO ARAGUAIA -O ARQUIVO SECRETO DA GUERRILHA
Guerrilha do Araguaia: os arquivos
militares secretos finalmente revelados


Geração Editorial lança livro com documentos militares secretos e anuncia que eles estão disponíveis na Internet. São 108 documentos, com 1197 páginas, 12 mapas e quase 200 fotografias inéditas feitas pelos próprios militares, durante a guerra.
As Forças Armadas sempre afirmaram que os arquivos da Guerrilha do Araguaia, comandada pelo Partido Comunista do Brasil – PCdoB, nos anos 70, não existem e que, se existiram algum dia, foram destruídos. Não é verdade. A partir de documentos secretos recolhidos pela pesquisadora Taís Morais, ao longo de sete anos, junto a militares – que os guardaram por cerca de 30 anos – ela própria e o jornalista Eumano Silva escreveram o livro “Operação Araguaia – os arquivos secretos da guerrilha”, que foi lançado oficialmente dia 13 de abril, em Brasília, com a presença surpreendente da ex-guerrilheira Regilena Carvalho (cujo companheiro, Jaime Petit da Silva, morreu em combate, assim como os dois irmãos dele, Lucio e Maria Lúcia), Luzia Reis, também ex combatente do PCdoB e do ex-militar Nélio da Mata Rezende, comandante da primeira expedição de informação, realizada pela 8ª Região Militar, no Araguaia. Numa das missões de Nélio, houve a primeira baixa dos militares na guerrilha – o cabo Odílio da Cruz Rosa, fuzilado pelos guerrilheiros.
O livro (Geração Editorial, 656 páginas, R$ 59,00), segundo o editor Luiz Fernando Emediato – que apoiou o projeto de coletar entrevistas e depoimentos de ex-guerrilheiros sobreviventes, parentes e militares, num trabalho que durou quase três anos – é “um magistral esforço de pesquisa e jornalismo investigativo entre civis e militares”. Ele completa, agora com registros oficiais, lacunas que as investigações jornalísticas do passado deixaram em branco”. O editor decidiu colocar todos os documentos, na íntegra, no site da editora, na Internet (www.geracaobooks.com.br), para que possam ser consultados por qualquer pessoa. Isso acontecerá no final do mês de abril e para ter acesso, os internautas precisão se cadastrar e usar uma senha, impressa na orelha do livro.
As principais revelações: estratégias de operações planejadas pelas Forças Armadas, os nomes de seus comandantes, relatórios sobre os resultados, relação de mortos e feridos dos militares, depoimentos de guerrilheiros presos, a confirmação de que foi usado o desfolhante “napalm” na floresta amazônica (o mesmo usado pelos americanos no Vietnã), revelações sobre traições feitas por militantes do PCdoB, e documentos deste partido revelando conflitos internos sobre a continuidade da guerrilha e a insistência de seus comandantes para não interromperem a luta armada contra a ditadura, mesmo com praticamente todos os guerrilheiros mortos. O comandante militar do PCdoB, Angelo Arroyo, queria recrutar mais jovens, nas universidades, para continuar a guerra. Foi fuzilado antes de conseguir isso.
“Operação Araguaia” revela segredos guardados por mais de três décadas: nomes de militares mortos e feridos na guerra, fotografias inéditas feitas por militares que combateram na região – na maior movimentação de tropas brasileiras desde a II Guerra Mundial – e 14 depoimentos de camponeses e guerrilheiros (dois deles do atual presidente do PT e ex-militante do PCdoB, José Genoino Neto).
O livro revela, além de uma enorme quantidade de documentos do PCdoB apreendidos pelos militares, a forma – só agora revelada – de como a repressão tomou conhecimento da reunião do Comitê Central do partido no bairro da Lapa, em São Paulo, quando foram presos os principais dirigentes e fuzilados dois deles, Pedro Pomar e Angelo Arroyo. Eles foram traídos por um membro do próprio Comitê Central, que os denunciou para os militares e continua vivo, em algum lugar do Brasil. Só agora o nome dele – Manoel Jover Telles – é revelado.

Militares no Araguaia, 1972

http://www.geracaobooks.com.br/releases/araguaia.php





LIVRO: O CORONEL ROMPE O SILÊNCIO

TÍTULO: O Coronel Rompe o Silêncio
AUTOR: Luiz Maklouf Carvalho
EDITORA: Objetiva
PÁGINAS: 224


Lício Augusto Ribeiro Maciel era major-adjunto do Centro de Informações do Exército, quando atuou na linha de frente do combate à guerrilha do Araguaia. Depois de 30 anos de silêncio, ele decidiu contar sua história ao jornalista Luiz Maklouf Carvalho. Seu depoimento está no livro O Coronel Rompe o Silêncio, um relato impressionante, dramático e revelador, que nos ajuda a reconstruir um dos episódios mais sombrios de nossa história recente.
Planejada e organizada pelo Partido Comunista do Brasil, o PC do B, a guerrilha do Araguaia resistiu de 1972 a 1975, desafiando o Exército, numa tática que pretendia, a partir da criação de "comitês populares" no interior do país, formar um amplo movimento camponês, capaz de derrotar a ditadura. Durante esse período, o Exército mobilizou cerca de cinco mil militares, numa das maiores movimentações de tropas do país. Depois de duas operações fracassadas em 1972, partiu-se para uma terceira ofensiva, em outubro de 1973, com o apoio das Policias Militares dos estados da região e das outras Forças Armadas.
Foi quando o major Lício Augusto Ribeiro, hoje um pacato senhor de 74 anos, começou a atuar. "Dr. Asdrúbal", nome de guerra de Lício, participou ativamente do combate aos revolucionários. Os tiros do major e seu grupo mataram quatro guerrilheiros. No enfretamento, ele também foi ferido x{2013} um tiro no rosto, dado por uma guerrilheira que logo após foi fuzilada, é uma marca que carrega até hoje. Nesse terceiro cerco, o movimento revolucionário foi enfim derrotado.
Este livro revela, em detalhes, a violência e a crueldade que marcaram essa guerra que muitos preferem esconder. O impactante depoimento do coronel Lício x{2013} que Luiz Maklouf confrontou com o de participantes da guerrilha, seja do lado dos militares, seja do lado dos guerrilheiros x{2013} pode ajudar os familiares dos guerrilheiros mortos a encontrarem seus corpos. Foi justamente para fazer um acerto de contas com essa página inglória de nossa história que o coronel Lício decidiu falar.
As Revelações do Coronel
- Lício Augusto Ribeiro foi o militar que mais matou na guerrilha do Araguaia. O coronel participou da morte de cinco guerrilheiros: três em confronto direto, um depois de ser ferido e a última fuzilada depois de atirar em Lício.
- O coronel revela a participação do general Nilton Cerqueira x{2013} famoso comandante da operação que matou Carlos Lamarca x{2013} na guerrilha do Araguaia. Cerqueira confirma as declarações de Lício e relata sua atuação na repressão aos guerrilheiros do PC do B em entrevista inédita à Luiz Maklouf.
- Lício foi o comandante do grupo que prendeu o atual presidente nacional do PT José Genuíno e revela que ele não sofreu tortura na mata, informações confirmadas por Genuíno em entrevista ao autor em janeiro de 2004.
- O livro traz o depoimento de militares que nunca haviam falado sobre sua participação no Araguaia, como o coronel Aluízio Madruga e os generais Álvaro Pinheiro e Arnaldo Braga. O Coronel Rompe o Silêncio aponta também os nomes de vários oficiais que atuaram na guerrilha x{2013} entre eles Wilson Romão, que foi diretor da Polícia Federal do governo Itamar Franco, e Taumaturgo Sotero Vaz, ex-comandante militar da Amazônia.

 

Trevas no Paraíso – Histórias de amor e de guerra nos anos de chumbo
Autor: Luiz Fernando Emediato - Contos e Novelas- 352 págs.
“Trevas no Paraíso” reúne as histórias proibidas sobre a ditadura militar que o mineiro Luiz Fernando Emediato escreveu dos 20 aos 25 anos. Com títulos provocativos como “De como estrangular um general” e personagens reais, como os generais-ditadores Médice e Geisel, ou o jornalista Wladimir Herzog, torturado até a morte, misturavam-se a demônios, anjos e dragões que se moviam entre tiros e delírios na cidade imaginária de Mondoro, onde mulheres de seios pequenos e o alter-ego do autor, um escritor hesitante e angustiado, envolviam-se em histórias ardentemente eróticas, cheias de heroísmo, violência e coragem.


 LIVRO: XAMBIOÁ- GUERRILHA DO ARAGUAIA (NOVELA)

Guerrilha do Araguaia foi um movimento guerrilheiro existente na região amazônica brasileira, ao longo do rio Araguaia, entre fins da década de 60 e a primeira metade da década de 70. Criada pelo Partido Comunista do Brasil (PC do B), uma dissidência armada do Partido Comunista Brasileiro (PCB), tinha como o objetivo fomentar uma revolução socialista, a ser iniciada no campo, contra a ditadura militar instalada no Brasil na época, baseado nas experiências vitoriosas da Revolução Cubana e da Revolução Chinesa.
Combatida pelo exército a partir de 1972, quando vários de seus integrantes já haviam se estabelecido na região há pelo menos seis anos, o palco das operações de combate entre a guerrilha e o Exército se deu onde os estados de Goiás, Pará e Maranhão faziam fronteira. Seu nome vem do fato de se localizar às margens do rio Araguaia, próximo às cidades de São Geraldo e Marabá no Pará e de Xambioá, no norte de Goiás (região onde atualmente é o norte do Estado de Tocantins, também denominada como Bico do Papagaio).[1]
Estima-se que o movimento, que pretendia derrubar o governo militar, fomentando um levante da população, primeiro rural e depois urbana, e instalar um governo comunista no Brasil, era composto por cerca de oitenta guerrilheiros sendo que, destes, menos de vinte sobreviveram, entre eles, o ex-presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), José Genoíno, que foi detido pelo Exército em 1972, ainda na primeira fase das operações militares. A grande maioria dos combatentes, formada principalmente por ex-estudantes universitários e profissionais liberais, foi morta em combate na selva ou executada após sua prisão pelos militares, durante as operações finais, em 1973 e 1974.[1] Mais de cinquenta deles são considerados ainda hoje como desaparecidos políticos.[2]
Desconhecida do restante do país na época em que ocorreu, protegida por uma cortina de silêncio e censura a que o movimento e as operações militares contra ela foram submetidos, os detalhes sobre a guerrilha só começaram a aparecer cerca de vinte anos após sua extinção pelas Forças Armadas, já no período democrático brasileiro.