sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Boa Tarde, queria me desculpar com meus leitores que por motivo de força maior nao tive como esta atualizando o blog como fazia de costume mais que apartir deste mes que vem voltarei a atualiza-lo.
Desde ja grata a todos  que me acompanham!


Ellen Christien

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Guerrilha do Araguaia "A poupança da revolução"


O  post  sobre a Guerrilha do Araguaia mostra o bônus vendido pelo PCdoB para angariar fundos para a revolução.

Por não realizar, por questões doutrinárias, as rendosas ações de “expropriação” nas cidades – eufemismo da esquerda para os assaltos e roubos que objetivavam arrecadar fundos para a luta armada – o PCdoB tinha poucos recursos. Assim, no início da década de 1970, surgiu a idéia de arrecadar fundos para a Guerrilha do Araguaia por meio de “empréstimos” de simpatizantes.
Entre outubro de 1972 e outubro de 1973, período em que o Exército fez uma pausa nos combates contra a Guerrilha do Araguaia, o PCdoB lançou na região o “Bônus da Revolução”. O papel era assinado pelos “comandantes” Joaquim e Paulo (respectivamente, Ângelo Arroyo e Paulo Mendes Rodrigues) e tinha uma chancela pomposa: “Forças Guerrilheiras do Araguaia”, a Foguera (nessa época, restavam menos de 60 insurretos vivos). Cada bônus era vendido por 20 cruzeiros. Vinha com a promessa de que a quantia seria devolvida, com juros e correção monetária, após “a vitória” (leia-se, a derrubada da ditadura militar e a implantação de um “governo popular revolucionário”, ou seja, uma ditadura comunista).
Quem comprou o bônus em janeiro de 1973 teria direito hoje a aproximadamente R$ 250. Teria se a “vitória” tivesse vingado.

Guerrilha do Araguaia. "O guerrilheiro que encantava mulheres"


De terno completo e abotuaduras, João Carlos Haas Sobrinho vive seus últimos dias de doutor em Porto Franco (MA) antes de se juntar à Guerrilha do Araguaia
 Em 1967, a pequena Porto Franco – cidade no centro-oeste do Maranhão, na divisa do atual Estado de Tocantins – ganhou um morador ilustre. Era o dr. João Carlos, médico gaúcho que apareceu do nada com a idéia de abrir um pequeno hospital. Para os moradores de Porto Franco, aquilo era uma benção, pois um hospital e um médico com experiência eram tudo o que a cidade precisava.
Em pouco tempo, dr. João Carlos se tornou uma figura querida em Porto Franco. Era atencioso, dedicado e bom de prosa. Os moradores passaram a chamá-lo para os eventos sociais, nos quais era recebido como convidado de honra. Quando o protocolo exigia, dr. João Carlos se apresentava a caráter, vestido de terno escuro, gravata fina e abotoaduras. Nas festas menos formais, podia aparecer de camisa de manga e calça quadriculada.


Dr. João Carlos entre duas jovens e uma senhora numa festa em Porto Franco (MA)
Com 26 anos, alto, magro e olhar doce, dr. João Carlos encantava as mulheres. E se encantava por elas.
Entre um atendimento no hospital, uma festa e um namoro, o médico encontrava tempo para uma missão que ninguém em Porto Franco poderia imaginar: dr. João Carlos preparava a revolução.
João Carlos Haas Sobrinho era de fato médico, mas não só isso. Era também militante do clandestino PCdoB com treinamento em guerra de guerrilha na China. Em Porto Franco, ele vivia em estado de hibernação à espera de ordens da cúpula do partido para engrossar as fileiras da Guerrilha do Araguaia, no Bico do Papagaio, no sudoeste do Pará, a 200 quilômetros de distância.
Dois anos depois de sua chegada a Porto Franco, finalmente chegou a convocação. O médico então anunciou a seus pacientes e vizinhos que era hora de partir, deixando moradores de Porto Franco com lágrimas nos olhos, sobretudo as mulheres.
Naquele mesmo ano, dr. João Carlos rumou para o Bico do Papagaio, onde passou a se apresentar como Juca. Foi lavrador, depois abriu uma pequena farmácia e se preparou para os combates que iriam transformar o Brasil numa grande Cuba. Foi morto pelo Exército em 1972. Seu corpo nunca foi encontrado.

Aos Blogueiros

Bom dia blogueiros amanha é mais um concurso onde eu e outros blogueiros estão participando do 3º concurso de blog. Uma boa sorte a todos os blogueiros, pois só de está participando do concurso já é uma vitoria por que você entre milhares de alunos teve a coragem de estar neste concurso e mostrar sua vida e ate mesmo historias marcantes como a Guerrilha do Araguaia...
Mais uma vez uma boa sorte a todos!

Postado por: Ellen Christien

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Um pouco da cidade onde tudo aconteceu "São Domingos do Araguaia"

São Domingos do Araguaia - PA

Histórico

       A história do município de São Domingos do Araguaia teve início com a chegada do lavrador piauiense Serafim Canário da Silva, no ano de 1952. A partir do ano de 1953 outras famílias, inclusive parentes de Serafim, começaram a chegar e se estabelecer próximo ao local onde
habitava o lavrador piauiense.
       O povoado cresceu e por muito tempo ficou conhecido por “Centro das Latas”, por terem sido encontradas várias latas de querosene junto aos pés de mangueiras existente na área.
       O nome “São Domingos” surgiu em 1955, em homenagem ao primeiro padre que celebrou missa no local. São Domingos de Gusmão foi escolhido padroeiro da localidade, que passou a chamar-se “São Domingos das Latas”.
       Empreiteiras responsáveis pela abertura da Transamazônica nos anos 70, instalaram acampamentos para seus trabalhadores no local onde hoje se encontra a sede do município. Com isso e mais com a transferência de colonos de outras regiões do Brasil para as margens da nova rodovia aumentou consideravelmente a população do povoado. Outras áreas como os castanhais foram sendo ocupadas o que gerou conflitos pelas posses das terras. Essa disputa foi solucionada quando a Prefeitura de Marabá desapropriou os castanhais e doou para os agricultores.
       Destaque histórico do município de São Domingos do Araguaia foi a “Guerrilha do Araguaia”, luta armada iniciada pelos militares do Partido Comunista do Brasil contra o regime militar e sufocada entre 1972 e 1974 pelo Exército. Houve na época morte e desaparecimento de moradores, a exemplo do que aconteceu com os grupos de guerilheiros civis que instalaram-se em vários povoados, com Bom Jesus e Vila Metade, onde se apresentavam como agricultores ou comerciantes. Os militares praticaram atos de violência contra a população, guardados na memória dos moradores mais antigos. Somente com a reabertura democrática é que a população nacional tomou conhecimento desses fatos, mesmo assim, superficialmente.
       Com o rápido crescimento e desenvolvimento do distrito começou haver reivindicações pela autonomia política já que a localidade abrigava a maioria dos comerciantes e produtores de São João do Araguaia.
       Em 1991 foi realizado o plebiscito para emancipação do município tendo 99,5% dos votantes
apoiado esse movimento, que se concretizou no mesmo ano.
       A área do município de São Domingos do Araguaia foi desmembrada do município de São  João do Araguaia.
       O movimento migratório continua forte até os dias de hoje. A busca pela posse da terra na região é muito intensa e praticamente neste município proporcionou o aparecimento de vilas e comunidades em torno da sede e na zona rural.

Gentílico: são dominguense do araguaia

Formação Administrativa

       Elevado à categoria de município e distrito com a denominação de São Domingos do Araguaia, pela lei estadual no 5706, de 27-12-1991, desmembrado de São João do Araguaia. Sede no atual distrito de São Domingos do Araguaia (ex-localidade). Constituído do distrito sede.
Instalado em 01-01-1993.
       Em divisão territorial datada de 2001, município é constituído do distrito sede. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2005.



Postado por: Ellen Christien

Oswaldo não quis integrar a Guerrilha do Araguaia

Entre os pontos mais peculiares, e fortes, da história ditatorial militar brasileira está a chamada “Guerrilha do Araguaia”, agrupamento de esquerdistas da qual Oswaldo não quis fazer parte, apesar de, segundo ele, ter sido convidado. “Achei que não era o caminho”.

No livro “A Ditadura Escancarada”, o jornalista Elio Gaspari apontou, com base em uma profunda pesquisa, que desde 1966, ou seja, dois anos após o golpe, o PC do B “estocava militantes nas matas fechadas da região do Bico do Papagaio, numa das últimas frentes de expansão da sociedade brasileira”.

Segundo relatou no livro, com base em uma conversa do então presidente, general Ernesto Geisel, a intenção dos guerrilheiros era montar uma “zona liberada” no meio da floresta. Mas o efetivo era pequeno: até o primeiro semestre de 1972 eram 59 homens e 14 mulheres, que foram massacrados pelas três Forças Armadas.

Antes disso, ainda segundo o livro, eles teriam perdido apoio popular na região, o que dificultou ainda mais a situação, fora a escassez de recursos financeiros e alimentos.

“Achava que [a guerrilha] não tinha condição”, destacou Cid ao reproduzir frase Vladimir Lenin sobre o pegar nas armas: “o esquerdismo é a doença infantil do comunismo”. (FD)
 


Fonte: Diário de Cuiabá

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

A GUERRILHA DO ARAGUAIA NAS TELONAS

Documentário de Vandré Fernandes estreiou na Mostra de SP e trouxe viés inédito do combate contra a ditadura no interior do país.

A Guerrilha do Araguaia já foi tratada a partir de dois pontos de vista primordiais: o lado oficial dos militares e o dos participantes da notória luta armada. Iniciado pelo PCdoB no fim da década de 60, o movimento que visava instalar a resistência popular contra a ditadura agora ganha nova abordagem no documentário "Camponeses do Araguaia - A Guerrilha vista por dentro", do diretor Vandré Fernandes, ex-dirigente da UJS.

O filme traz relatos dos diversos camponeses que vivenciaram a Guerrilha no dia-a-dia, contando curiosidades do relacionamento com os guerrilheiros e também das marcas que deixaram as torturas dos militares, ampla e irrestrita a todos que moravam na região onde foi deflagrado o conflito. Há ainda um rico bando de imagens, que complementam esse importante registro de uma parte ainda pouco explorada da história brasileira.

"Camponeses do Araguaia - A Guerrilha vista por dentro" faz parte da programação da 34ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo e teve estreia marcada para o dia 22 de outubro no Unibanco Arteplex.
O Portal UJS bateu um papo com Vandré Fernandes, que conta mais detalhes de sua produção.

Como e quando surgiram as primeiras ideias para o documentário?

A ideia surgiu no primeiro sementre de 2009, quando ficamos sabendo que os camponeses do Pará que vivenciaram e se envolveram na Guerrilha do Araguaia iriam ser anistiados pelo Estado Brasileiro. No ínicio, a Fundação Mauricio Gragois queria apenas o registro na íntegra do processo da anistia e ter isso como arquivo histórico. Foi aí que percebi que aquela história podia render muito mais e apresentei um roteiro para realizarmos o documentário que pudesse, num futuro, participar de festivais e mostras, e que mais pessoas pudessem ter acesso ao episódio da Guerrilha. Como a Fundação não tinha experiência no desenvolvimento do audiovisual, então eu apresentei a Oka Comunicações e assim nasceu a parceria do Documentário.

Desde do ínicio, eu procurava contar a história da Guerrilha através do olhar do camponês. Basicamente, a marcação do roteiro seguiu quatro perguntas: como era região, como você (camponês)  chegou aqui, como foi o seu contato e impressão dos "paulistas" (os Guerrilheiros), como foi no tempo da Guerrilha e o contato com os militares e, por último, como você (camponês) e a região ficaram após a guerrilha. Veja que num documentário a gente procura seguir uma linha de roteiro para não fugir da história inicialmente pensada, e não propriamente um roteiro, como num filme de ficção. Mas aí fui percebendo que a história não fechava direito, faltava informações do porquê dos "paulistas" terem se deslocado para a região do sul do Pará e da tática militar utilizada pela ditadura para aniquilar os guerrilheiros. Então, eu e os produtores achamos melhor incorporar no documentário pessoas que preenchessem essas informações, como Renato Rabelo, presidente do PCdoB, e Romualdo Pessoa, professor da UFG que lançou um excelente livro intitulado "Guerrilha do Araguaia, a esquerda em armas".

Um dos diferenciais da produção é tratar da Guerrilha do Araguaia a partir do povo da região. Você consegue citar algum personagem que seja mais marcante para você?

Esse é de fato o diferencial, contar através do olhar do camponês. Sabemos pouco sobre o episódio pelos militares. Já o PCdoB tem vários registros que remontam a Guerrilha, como o Relatório de Arroio e Araguaia - relato de um guerrilheiro, de Glênio de Sá, para citar dois. Mas há vários documentos e livros a respeito. Não há exatamente o mais marcante, pois se a gente pegasse a história só de um camponês já teriamos um bom documentário. Porém, há histórias interessantes que acabaram não entrando no documentário, por conta do que eu disse de seguir uma linha de pensamento. Uma delas é da camponesa Neusa e o guerrilheiro Amaro, que mesmo sendo proibidos de ter um relacionamento amoroso - pois era perigoso para a organização - decidiram viver juntos, ele com mais de 40 e ela com 19 anos. Tiveram muitos filhos, todos com nomes de guerrilheiros. Amaro faleceu na década de 90 e Neusa está no documentário.

Mas a história mais impressionante foi contada pela camponesa e professora Oneide. Ela preparou um festival de teatro entre os alunos da região para ser apresentado em praça pública, com diversos temas locais. Foi feita uma montagem da Guerrilha e quando uma aluna interpretava Dina, uma guerrilheira, a polícia e o prefeito entraram dispersando a população e tiraram a roupa da jovem, deixando-a nua na praça, isso em 2006.
 
Que outras novidades o filme traz (imagens inéditas, informações novas etc.)?

A novidade, sem dúvida, são os relatos dos camponeses. No entanto, a TV Mirante nos cedeu imagens de treinamento do exército na região utilizados como forma de intimidamento que são impressionantes. Eles estavam indo para uma guerra de fato. Já as imagens do cotidiano da época, dos camponeses jovens, aqueles retratos de casamento, de pais, que no norte e nordeste são comuns, isso se perdeu, pois os militares queimaram tudo o que pudesse guardar alguma lembrança.

Quem são os apoiadores da produção? Como você avalia a viabilidade comercial de documentários como o seu no cenário atual?

O financiamento do documentário se deu através da Fundação Maurício Grabois e seu presidente Adalberto Monteiro, além do apoio de Leocir Rosa e Osvaldo Bertolino, que também nos ajudaram na condução no sul do Pará. Tivemos ainda a Oka Comunicações, através do meu amigo Rogerio Zagallo, produtor e editor, que se dedicou muito na finalização, Bruno Mitih, o fotógrafo, Daniel Altman, que musicou o filme, e eu, claro, fazendo quase tudo a custo zero. Foi o chamado "cinema de guerrilha". O formato documentário no Brasil vem ganhando bastante prestígio, tem produções para todos os gostos, como "Jogo de Cena", "Dzi Croquetes", "Cidadão Boilesen", "Terra Deu, Terra Come", "Alô Alô Teresinha".  As salas de cinemas com esses trabalhos vêm tendo um público cativo.

Depois da participação na Mostra, o filme será exibido em algum circuito e sairá em DVD?

Passamos pelo Festival do Rio e agora estamos na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, e isso é bem legal porque o filme passa a falar para mais pessoas. Ainda estamos aguardado respostas de outros festivais, inclusive fora do Brasil, mas não pensamos no circuito comercial, pois exige um investimento alto para a exibição nas salas. Acho mais interessante caminhar para a televisão e estamos em conversas com as TVs públicas e comunitárias. Já o DVD logo mais estará disponível no site da Fundação.